segunda-feira, 14 de outubro de 2013

PSB e Rede 'estão se conhecendo melhor', dizem líderes
     
 
Daiene Cardoso e Ricardo Brito | Agência Estado


 
Líderes do PSB avaliaram com ponderação as restrições impostas pela Rede Sustentabilidade a possíveis alianças com partidos que estavam discutindo a adesão à candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, à Presidência da República. Para os aliados de Campos, PSB e Rede estão em fase "de se conhecer melhor" e "acostumar a conviver" juntos, exatamente como num casamento, onde marido e mulher cedem um pouco para viver em harmonia."Ela (Marina Silva) vai trazer hábitos e nós os nossos. Vamos ter de encontrar hábitos comuns. O peso dela vai mudar o nosso pensamento, mas nós esperamos que o oposto também possa acontecer", resumiu o presidente do diretório paulista, deputado federal Márcio França.Os apoiadores do governador pernambucano sabem que a coligação "elimina" de imediato a aproximação de alguns partidos que estavam no radar de Campos, como o DEM do líder na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), e o PP. "Quando você casa, você tem de deixar de namorar outras pessoas", exemplifica França.Após o anúncio da aliança, a ex-senadora deixou claro que não aceitaria Caiado em seu palanque por incompatibilidade de ideias. Dias depois foi a vez de seu aliado, o deputado federal Walter Feldman (SP), avisar que o PDT não se enquadrava na "ótica" da Rede por causa das denúncias de corrupção no Ministério do Trabalho. Os aliados de Campos se resignaram em relação ao DEM por entender que um eventual apoio do partido sofreria resistências dentro do próprio PSB, mas acreditam que podem fazer Marina mudar de posição em relação ao PDT."O diálogo vai fazer com que a gente chegue a boas conclusões. O PDT tem figuras históricas importantes e o diálogo com o partido vai se basear em programas", defendeu o presidente do diretório municipal do Rio de Janeiro, deputado federal Glauber Braga. O líder do PSB no Senado, Rodrigo Rollemberg (DF), também contemporiza. "Se nós já temos problemas internos, imagine agora quando temos duas visões de mundo em um só partido", questiona ele, ao destacar que sua legenda sempre teve uma ótima relação com os pedetistas.Em um discurso para eliminar ruídos na nova "relação", os pessebistas entoam o "mantra" de que qualquer aliança terá como base a "afinidade programática". "Isso (discussão sobre futuros aliados) não será objeto de divergência entre nós", previu Braga. "Não dá para fazer conciliação absoluta. No que for possível, o bom é conciliar. Mas tenho esperança que, na convivência, ela (Marina) aceite algumas coisas", disse França.O dirigente do PSB paulista sabe que poderá haver momentos de tensão da coligação, mas acredita que, apesar de Marina ser uma pessoa de temperamento forte, será possível convencê-la a encontrar um "meio termo" na nova convivência. "Sou graduado em (Luiza) Erundina e pós-graduado em Romário", brincou França, comparando a ex-senadora aos parlamentares do PSB. "Eles são difíceis, mas têm sua popularidade", emendou.RejeiçãoOs apoiadores de Campos avaliaram como "coerente" a decisão da Rede de não participar das instâncias partidárias do PSB. França disse que, ao participar da Executiva e dos diretórios do PSB, os marineiros poderiam passar a impressão de que haviam desistido de criar uma legenda. "O simbolismo não seria bom para eles", comentou. O dirigente acredita que, ao integrar o comando do PSB, os dirigentes da Rede poderiam se "envolver" além do esperado com o PSB e passar a mensagem aos seus apoiadores de que não era apenas uma coligação. "Para nós, (a oferta de cargos) foi um ato de gentileza".Braga afirmou que vê como "natural" a recusa de cargos dos aliados de Marina. "A Rede foi coerente. A gente tem que compreender e respeitar suas decisões", respondeu. Rollemberg também faz coro. "É absolutamente natural porque a Rede está se juntando ao PSB com uma filiação programática".

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domingo, 31 de março de 2013

Porto Alegre analisa reformas de base de Jango: 1o. de abril


Dois ex-ministros de João Goulart - Waldir Pires e Almino Affonso - participarão dos eventos promovidos pela Câmara Municipal de Porto Alegre para lembrar o 49o. aniversário das Reformas de Base, o projeto de reformulação do Estado brasileiro dinamitado pelo Golpe Militar de 1964. Eles estão programados para a próxima segunda-feira, dia 1º de abril, data precisa do golpe, geralmente citada como 31 de março para evitar a galhofa do dia da mentira.
As reformas de base, que contemplavam as reformas agrária, fiscal, bancária, educacional, urbana, administrativa e limitavam a interferência estrangeira (hoje, neste ano de 2013, o PIB nacional é controlado em 75% pelo capital internacional), constituem o maior projeto já concebido para o estado brasileiro. Por causa dele, o governo João Goulart foi deposto por aquele golpe cívico-militar, com a ajuda de capital e navios norte-americanos.
O seminário de Porto Alegre, impulsionado pela bancada municipal do PDT e o Instituto João Goulart, vai analisar a herança do governo Jango e os processos de reforma necessários para reduzir as desigualdades e garantir o desenvolvimento do país. O evento se propõe a também aprofundar a discussão  da participação do Estado em questões econômicas e a refletir sobre o conceito de “reformas de base” – ou seja, as iniciativas necessárias para alterar o sistema bancário, fiscal, urbano, o campo, administrações públicas e universidades. A discussão traz para a pauta a questão da reforma agrária e sua importância para o país, tanto na década de 60 quanto nos dias de hoje.
Com o objetivo de valorizar o papel do presidente João Goulart, o Jango, na criação do Conselho Nacional de Reforma Agrária e do Estatuto do Trabalhador Rural, que neste ano completa 50 anos, o seminário também debaterá temas como a recuperação dos processos de reformas políticas nos diversos níveis de governo e instituições e a necessidade da criação de políticas públicas que favoreçam o país.
Entre os convidados estão dois ex-ministros de Jango, Valdir Pires (Justiça) e Almino Afonso (Trabalho), que são testemunhas vivas da deposição do ex-presidente trabalhista pelo golpe civil militar em 1º de abril de 1964. O seminário 1964: Reforma de Base terá por local o Plenário Otávio Rocha, da Câmara de Porto Alegre, e será um dos eventos que deverão ocorrer durante o ano lembrando os 49 anos do golpe.

Inscrições e outras informações podem ser obtidas com a Escola do Legislativo Julieta Battistioli, da Câmara Municipal de Porto Alegre, pelo telefone (51) 3220-4374 ou na página eletrônica www.camarapoa.rs.gov.br, no link Escola do Legislativo.

Veja abaixo a Programação
01 de Abril de 2013 - 13h – Credenciamento; 
 13h30min- Abertura Oficial, com a presença de José Fortunati, prefeito de Porto Alegre; vereador Dr. Thiago Duarte, presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; e Christopher Goulart, diretor de Comunicação e Acervo do Instituto João Goulart.
14h – 15h30min – O golpe de Estado e a Guerra Fria - Painel com a participação de Almino Affonso, ministro do Trabalho de Jango, e o atual senador Cristovam Buarque (PDT-DF), como debatedores, e o jornalista eescritor Juremir Machado da Silva, como mediador. 
15h45min às 17h15min – As Vésperas do golpe: violência e interrupção das instituições democráticas - Painel com a participação de Waldir Pires, Procurador-Geral da República de Jango, e o ex-prefeito de Porto Alegre, José Fogaça, como debatedores, e do jornalista André Machado, como mediador. 
18h30min – Exibição do filme "Dossiê Jango" (Documentário de Roberto Faria – Brasil, 2012, 102min) Com a presença do diretor-geral do Canal Brasil, Paulo Mendonça. (PDT ASCOM - FC)