domingo, 13 de abril de 2008

Livre mercado dá sinais de exaustão e pede socorro ao Estado

-"Agora somos todos keynesianos". A frase - dita pelo monetarista Milton Friedman em 1965 e pelo ex-presidente americano Richard Nixon em 1971 - está de volta à ordem do dia. Afinal, o livre e desregulamentado mercado dá sinais de fraqueza e tem pedido cada vez mais a ajuda do Estado. A necessidade de maior regulamentação no sistema financeiro e de ampliação dos gastos públicos passou a ser defendida pelas mais díspares personalidades, como o presidente americano, George W. Bush, e o diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn. A inadimplência nas hipotecas americanas gerou uma crise de solvência entre os bancos dos países ricos e muitos já foram socorridos por governos de correntes políticas diversas. "É o jeito certo de salvar o sistema do colapso", diz Paul Davidson, renomado keynesiano americano. Davidson virá ao Brasil participar de encontro que irá fundar a Associação Keynesiana Brasileira. Entre os convidados, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho. Há atualmente no governo Lula economistas pós-keynesianos e desenvolvimentistas no Ipea, na Fazenda, na Casa Civil e nas representações no FMI, BID e Banco Mundial.

Fonte: VALOR ECONÔMICO

terça-feira, 1 de abril de 2008

Governo dos EUA atestam o óbito do Liberalismo Econômico, ao intervir fortemente no mercado financeiro

EUA propõem maior reforma financeira desde Grande Depressão

Plantão | Publicada em 31/03/2008 às 14h31m

BBC

O governo americano propôs nesta segunda-feira a adoção da maior reforma do sistema financeiro do país desde a Grande Depressão.

O projeto foi anunciado pelo secretário do Tesouro americano, Henry Paulson, em Washington. O plano de 218 páginas muda a forma como o governo americano regula milhares de instituições financeiras do país - desde grandes bancos até empresas de seguro locais e agências imobiliárias.

O projeto dá ao Federal Reserve (Fed, o banco central americano), mais poder para proteger a estabilidade do mercado financeiro e destina a supervisão do sistema bancário a uma única agência, fundindo as cinco que atualmente desempenham essa função.

O objetivo das medidas é dar ao governo americano maior capacidade de supervisionar os mercados e impedir novos reveses financeiros, como a atual crise dos créditos imobiliários de alto risco (subprimes).

Poderes

Henry Paulson destacou que as medidas não são uma resposta à atual crise econômica, e sim uma forma de modernizar o descentralizado e antiquado sistema financeiro do país.

O secretário acrescentou que as medidas não devem ser decididas "em meio a situações de estresse" e que "não poderão e não serão implementadas até que as atuais dificuldades enfrentadas pelo mercado tenham sido superadas".

De acordo com Paulson, a proposta dá ao Fed poderes para vistoriar o sistema financeiro como um todo e permite que o órgão obtenha informações de bancos comerciais, bancos de investimento, companhias de seguro e "hedge funds", entre outras insituições.

O secretário do Tesouro afirmou que o Fed passará a contar com "amplos poderes" para lidar com "deficiências que ameaçam a estabilidade financeira".

O plano também cria uma superagência responsável por garantir a proteção ao consumidor e a supervisão de transações de negócios.

A reforma normativa ainda depende da aprovação do Congresso americano. Pelo plano, o Congresso também ficará encarregado de criar uma comissão para o setor de hipotecas.

A comissão vai estabelecer padrões mínimos para agências imobiliárias, muitas dos quais atualmente não são regidas pela regras do governo federal.

Propostas

O projeto anunciado por Paulson é mais uma tentativa do governo americano de mostrar que está reagindo à atual crise econômica e que possui as ferramentas para não ser pego de surpresa por novas reviravoltas.

O governo já havia anunciado a criação de um pacote de estímulo econômico de US$ 168 bilhões por meio de restituições de impostos aos contribuintes.

O pacote destina uma restituição de US$ 600 para cada contribuinte com renda anual de até US$ 75 mil; e US$ 1,2 mil a casais cuja renda é de até US$ 150 mil, além de US$ 300 adicionais por filho.

Aqueles que não pagam imposto de renda, mas recebem o teto de US$ 3 mil anuais, terão direito a cheques de US$ 300.

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